terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Hiperativa e descompensada

Laura foi ao banco, depositou uma fortuna para alguém (que bem podia ser pra mim!!), foi ao cinema ver o filme do Brad Pitt. Já era quase noite, tomou um café numa lanchonete da Tupis, tomou não, engoliu de uma vez só e sentiu o estômago dar uma volta e meia. Saiu desembestada sob a chuva, pegou abrigo numa banca e olhando uma revista de turismo, decidiu onde iria passar as próximas férias. Tudo resolvido na vida! Mas como Laura é descontrolada e sem foco, não sofre por uma coisa apenas, sofre por todas. Quando se sente feliz, comemora tudo de uma vez. Quando pensa muito, pensa em tudo que existe, do chiclete grudado no Parque Municipal ao presente que queria ter dado à sua ex-sogra, passando por algum compromisso que esqueceu, claro. Chora, pensa na melhor forma de morrer e decide tomar uma cerveja sozinha mesmo.

Pobre!!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Da série cargos muito ótimos - I


Agente Autônomo de Investimento e Empregados das Instituições Financeiras com Atividades de Distribuição e Mediação de Títulos e Valores Mobiliários

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Da série mulheres belezudas, sabionas e felizentas


Laurentina

Formada em Engenharia do Mar, malha diariamente, adora docerias mineiras, apesar de carioca que é. Odeia gritos mas não se incomoda com fogos de artifício. Laurentina não deixa dúvidas sobre suas paixões. "O mar é minha segunda casa", conta, enquanto prova um suco de couve.
Já deu a volta ao mundo num barco branco envestida numa pesquisa financiada pelo Estado, sobre reprodução dos peixes-trombeta. Depois de concluído o mestrado na Polônia sobre biologia marinha, voltou para o Brasil, montou uma barraca em uma praia em Salvador e se diz - muito feliz da vida. Quando perguntada sobre engravidação, deixa claro que os filhos estão num futuro médio.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cadê meu café?


Ontem Laura passou por aqui com um café nas mãos, que comprou pelo caminho. Passou direto, não olhou para o lado e principalmente, não me ofereceu. Acendeu o cigarro, leu o caderno de economia e foi embora. Deve ser vingança antiga, talvez um chocolate dos velhos tempos que lhe foi negado. Não acho justo, mas compreendo. Laura anda estranha pela casa, suspirando, vendo fotos e falando baixinho no telefone. Ansiosa demais.


Tá tudo certo, mas não me oferecer café foi crueldade.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

As três rosas


Sábado fui passear com amigos. Fui num show curtir música que amo, amigos que amo, não controlei meus olhos com cinturões de ferro e acabei vendo o que não devia, bem feito! Quem não devia não estar do meu lado, pra comprar cerveja pra mim, estava do outro lado, longe, acompanhado do seu próprio vento. Aposto que sua memória não alcança nadinha. Nem aquela cesta de café da manhã, de manhã de um dia cedo. A dor doeu tanto, que ficou até bonita, diria cinematográfica. Mas não se engane, Laura. Você não era atriz de Hollywood no tapete vermelho, era no máximo uma atriz mexicana, que tinha um choro sem fim, engasgado, cafona mesmo.

Queria contar outra história, mas o teatro do imponderável me perseguiu injustamente. Não adianta chorar, Laura. Hoje, depois de uma semana, ainda tento segurar no corrimão da escada, mas felizmente tudo parece mais ameno e não mais estou monotemática. Menos mal. Talvez continue assim.