quinta-feira, 7 de agosto de 2008

David quem?

Depois de algum tempo na fila segue a conversa

- I’m very pleased to meet you! Thank you to come here! Im quite happy!

Ele sorri um sorrizo doce e gentil, que nada me lembra aquelas imagens sombrias que eu vi no cinema. Estende a mão para mim, mas com meu extremo nervosismo, meu cérebro esquece que deveria registrar o momento. Eu já estava em transe e não sabia. Aperto sua mão, com os olhos fixos nos olhos dele. Por um segundo não existe filmagem, fotógrafos, curiosos, seguranças e uma fila de fãs aguardando sua vez de ver o rei nu. Está bem ali na minha frente a chave para todas as respostas, que há anos, debatemos com os amigos, lemos, procuramos e nos contentamos com achismos. O segredo da caixa azul, da orelha perdida na grama, da morte de Laura, dos anões. Está tudo ali, me estendendo a mão como o mais gentil dos seres humanos. Ele me entrega os livros autografados e eu, depois de me transportar para um paralelo imaginário, me dou conta de onde estou, portanto, não posso fazer todas as perguntas que desejo. Fica para a próxima, né? Quem sabe a gente não senta em um café e experimenta um dia inteiro de revelações, seria um outro filme, um outro sonho. Volto para a Terra e enfim, me resta algum tempo antes que eu seja expulsa pelos vários seguranças. Tento algo inteligente, mas meu cérebro não quer funcionar. A pedido do Bruno eu pergunto

- What about tomorrow? What you`re gonna talk about?

Ele me responde cinicamente

- Its up to you, darling

Como assim?? Eu tenho tanta coisa para perguntar e ele me dá todo o leque de opções do mundo, do universo, é só esperar o dia seguinte chegar. Será? Ainda em choque escuto os homens esbravejarem, porque, afinal estou atrapalhando a fila, travando o mundo, parada ali, tentando acreditar naquilo tudo, enquanto continuava querendo alguma pergunta muito inteligente. Time is over, move on, get out. Vai encher o saco da sua vovozinha, se manca.
Com os livros em mãos dou uns passos à frente, paro para ver o autógrafo e vejo que meu nome e do Marcelo não estão lá. Só um rabisco para não atrasar muito o andamento da fila. Uma garota percebe a minha cara de nem sei o que e me diz

- Ah, tudo bem, pelo menos ele ainda apertou a sua mão!

Saí com as pernas bambas, sem condição de pegar o carro. Nada que uma Coca e um cigarro não resolva. Nada tão Americano. Nada tão onírico. E as conclusões ficam para amanhã.

2 comentários:

Marcos disse...

Post deliciosoooooooo
hahahahahah

Anônimo disse...

hahaha! adorei, nêga! beijim!